2025-03-17
Palavras chave
neve sal serraHá um ano, a ASE lançava um alerta que, aliás, já tem vindo a defender há várias décadas:
“Façam um favor à Serra da Estrela, ao Turismo, à Paisagem, às Nascentes e à Economia Local – não limpem a neve que está entre a Nave de Santo António e a Lagoa Comprida! Mantenham a estrada fechada e deixem que a neve se funda naturalmente.
Entretanto, quanto aos que estão de passagem e enquanto se mantiverem na região, desfrutem da sua beleza.”
Hoje, e porque nunca será demais insistir enquanto esta realidade se mantiver, realçamos que a Serra da Estrela não precisa de se ver promovida numa pintura que a afasta da sua realidade. As pessoas e, particularmente, os visitantes, devem adaptar-se à realidade da Serra tal como é e quem por direito assume as responsabilidades pela região deve contrariar a tendência constante de se satisfazer o desejo dos transeuntes. A Serra da Estrela não deve ser uma adaptação às necessidades e vontades das pessoas, mas sim o contrário. Deve ser promovida a sua admiração na sua plenitude – a neve, as paisagens e a natureza e todas as preciosidades que a realidade serrana, per si, pode oferecer.
A constante ameaça de sal-gema trará consequências graves que não se verificarão apenas na Serra da Estrela mas, em vez disso, a uma escala de abrangência superior, com consequências a respeito da alteração da qualidade da água. Quanto mais tempo a neve subsistir, mais eficaz se torna a recarga das nascentes e rios. Se, por outro lado, a fundirmos, a neve desaparece, as correntes de água ficam impossibilitadas de ser alimentadas pela neve e, aliás, ficam mais contaminadas pelo sal-gema que acaba por chegar aos rios. A fundição mais rápida da neve e do gelo – necessários à recarga dos aquíferos que abastecem as nascentes e os rios – tem também um impacto negativo na paisagem. É preferível um manto branco que um manto branco danificado pelo derretimento da neve por sal-gema.
Sal? Apenas na comida e, mesmo aí, deve ser utilizado de forma equilibrada. Neve? Em toda a parte e que permaneça em abundância.
Informação da Direcção | 2025-04-15
Educação ambiental | 2025-04-15
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