Revista Zimbro
by Amigos da Serra da Estrela
 

2025-03-17

ASESTRELA 2025 aos olhos da Rita e do Vasco

ASESTRELA 2025 aos olhos da Rita e do Vasco

 

Palavras chave

asestrela  caminhada  
 

O ASESTRELA decorreu desde sábado até segunda-feira de Carnaval, e nós (mãe e filho) decidimos participar. Já há vários anos que ouvimos amigos a falar sobre esta experiência, e desta vez não quisemos ficar de fora.

Como “gente da cidade” que somos, estávamos um pouco inquietos… “Será que vamos ter resistência para as caminhadas?” “E seremos capazes de suportar o frio?” Mas, ao mesmo tempo, crescia o entusiasmo: “Será que vai nevar?” “Vai ser tão giro conhecer pessoas novas!”

A preparação é essencial quando vamos para a montanha, por isso seguimos à risca as indicações que a ASE nos enviou e preparámos todo o material que constava na lista. E lá fomos nós!

Quando chegámos, tivemos ainda um pouco de tempo para montar tudo no acampamento: montar a tenda, preparar a comida para o lanche, equiparmo-nos para a caminhada. O Zé Maria fez um rego à volta das nossas tendas, que nos salvou de dormirmos ensopados porque escoou a água da chuva em direção ao rio. Ainda bem que ele estava por perto! O acampamento era ao lado do rio Zêzere, numa paisagem linda que nos encheu imediatamente de magia! O local tinha também uma casa-abrigo, que na serra se chama Corte, com uma lareira e algumas infraestruturas que permitem algum conforto.

A primeira caminhada teve cerca de 8 km, e foi muito bem orientada pelos guias. Teve partes em terra batida, uma subida montanhosa e uma parte em estrada. Houve momentos desafiantes para nós, que não estamos muito habituados a caminhar, mas estar acompanhados de pessoas mais experientes e de outros participantes como nós deu-nos alento para chegar ao fim.

Chegámos à noite, e jantámos no calor da lareira. Cada família trouxe o seu camping gaz e o seu jantar, e à volta da mesa gerou-se um espírito de partilha entre os adultos que cozinhavam, enquanto que os mais novos brincavam e contavam anedotas à lareira. Num instante, fizemos novos amigos!

No dia seguinte, fizemos outra caminhada, logo de manhã. Esta caminhada era exigente, porque passava mais pela montanha, pelos trilhos dos pastores, até ao Covão d’Ametade. Houve um momento em que hesitámos entre regressar ao campo ou continuar. Por um lado, algum cansaço e o desgaste da chuva, mas por outro o desafio de testarmos os nossos limites… Ganhámos coragem e continuámos, incentivados pelos guias que nos animavam e davam força, e fomos muito recompensados! À medida que subíamos, a chuva transformou-se em neve e tivemos o privilégio de caminhar debaixo de neve que caía, e de sentir a maravilhosa sensação de pisar a neve a cada passo. De repente, o cansaço tinha desaparecido e desfrutámos plenamente da Serra, da beleza da paisagem, da surpresa de encontrar pequenas flores coloridas rodeadas por neve e de ver a água congelada nos galhos, em autênticos palitos de gelo! Até conseguimos “apanhar” flocos de neve perfeitos que pousavam nas nossas luvas! A Catarina, que nos guiou, ía-nos mostrando cada um destes tesouros e contando histórias desta montanha tão especial.

Quando voltámos ao acampamento, juntámo-nos na corte, a partilhar as histórias do dia. Jantámos num restaurante, o que nos aconchegou depois de um dia tão preenchido. Regressámos à tenda e adormecemos num instante, embalados pelo som do rio e das gotas de chuva a cair.

No último dia, estava planeada uma plantação de árvores, mas as condições climáticas não estavam favoráveis. Ainda assim, conseguimos plantar algumas árvores, que daqui a uns anos estarão grandes e fortes. Quando voltarmos àquele sítio junto ao Zêzere, saberemos que aquelas árvores têm um bocadinho de nós e guardam memórias destes dias tão especiais.

Regressámos a Lisboa de coração cheio! Cheios de orgulho em nós próprios, por termos superado os desafios, cheios de memórias bonitas da Serra coberta de neve, cheios de histórias engraçadas para contar, cheios de novas pessoas nas nossas vidas, e cheios de vontade de voltar no próximo ano!

À ASE e às pessoas que trabalham para nos proporcionar esta experiência, queremos dizer OBRIGADO pela vossa dedicação, e por partilharem a vossa sabedoria connosco.

Até breve!

Rita e Vasco (12 anos)

 
 

 
 
 
 

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