2025-02-07

Os Leitores e a Paisagem

Não faço a mínima ideia de qual seja o critério ou a noção que possuem os responsáveis pela colocação dos leitores de paisagem, que as imagens que acompanham o presente texto.

A função, deste tipo de informação, conhecida como leitores de paisagem, não é mais que disponibilizar a quem visita as áreas em referência, de poder interpretar a paisagem real com a que está contida nos leitores, através da informação que nele está disponibilizada. Se tudo for bem feito, os visitantes quando estão a olhar para os horizontes que a imagens dos painéis lhes induz (o que não é o caso do painel de que falo neste texto), poderão ficar a saber mais sobre o que estão a admirar através da informação que complementa a referida imagem. 

Já tive, noutras ocasiões, chamado a atenção para a pouca atenção dada a estes pormenores, intoleráveis se tiveremos presente o conjunto de entidades que colaboraram nos leitores, sabendo à partidida que nem todos terão a mesma responsabilidade pela sua instalação. 

Quem estiver a ler a paisagem e a informação do painel, sobre o Vale do Beijames, não sai dali mais bem informado do que quando ali chegou. Por um lado porque não consegue admirar a paisagem real que o painel procura dar e, também, a informação que ali está disponível não corresponde com a realidade observada. Um desperdício em dinheiro e em esforço! E até para o local onde se encontra instalado uma vez que não tem nenhuma relação directa com esse espaço.

Tem sido um erro, o privilégio que este tipo de infraestruturas, tem dado ao visitante que se desloca em veículo, em detrimento dos que andam a pé. E teria muito sentido se a vocação de quem promove este tipo de informação se encontrasse mais disponível onde é merecida, pois valorizaria ainda mais a procura por tais paisagens, sendo mais um ncremento ao pedestrianismo e ao menor uso do automóvel.

Claro, é mais fácil colocar os leitores onde os veículos podem aceder do que transportá-los para os sítios onde tal possibilidade não existe, exigindo assim um maior esforço e até muita imaginação.

Mas, se queremos valorizar o património que temos e acolher os vistantes com aquilo que de melhor soubermos fazer, temos de trabalhar mais. Repare-se no ridículo do painel informativo, sobre o meandro da Quinta da Alagoa, Vale de Amoreira, ter sido instalado antes do antigo lagar, que não permite observar o que pretende dar a conhecer! 

O leitor do Vale do Beijames, identifica o curso de água como sendo a ribeira do Beijames e não o rio Beijames. Ignoro de onde a informação possa ter sido obtida. Independentemente de outras fontes que possam contrariar a minha, a Carta Militar 224, no site: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_rios_de_Portugal e em todasas buscas que consegui obter a informação que consta é que se trata de rio Beijames, tendo como principais afluentes: Ribeira da Barraqueira, Ribeira do Espinheiro, Ribeiro das Covas, Ribeiro da Barreira e Ribeiro de S. Gião.