Revista Zimbro
by Amigos da Serra da Estrela
 

2025-02-07

O Espalhamento de Sal-gema

O Espalhamento de Sal-gema

 

Palavras chave

salgema  
 

No dia 24 de Janeiro foi apresentado um equipamento novo, cedido pela Câmara Municipal de Manteigas, aos Bombeiros Voluntários de Manteigas, para melhorar as condições de segurança da circulação rodoviária.

Trata-se de um espalhador de sal para fundir o gelo e de uma lâmina para limpar a neve, que podem ser acoplados numa viatura ligeira todo-o-terreno. Relativamente à lâmina, trata-se de um equipamento de grande utilidade que pode ajudar a resolver situações ligeiras, sem que haja dependência das viaturas pesadas das Infraestruturas de Portugal, de presença mais necessária em estradas nacionais ou vias rápidas.

No que se refere ao espalhador de sal-gema, a situação torna-se mais complicada. O uso deste produto acarreta problemas para o meio ambiente, nomeadamente, para a qualidade da água, como se pode comprovar pelos estudos realizados nalgumas nascentes da Serra da Estrela. O resultado do espalhamento de Sal-gema pode ser comprovado através da fundição de gelo que se instala, concretamente, nas EN 339 e ER 338. (1)

Esta realidade tem sido escamoteada, porque é mais fácil resolver um problema imediato como o da normalização e segurança do trânsito, do que acautelar a qualidade da água de que todo o ser vivo necessita para sobreviver. Mas este segundo evidencia-se não tão urgente para as necessidades primordiais.

Se nos determos sobre as estradas onde habitualmente ocorrem situações com a presença de gelo no concelho de Manteigas, a do Poço do Inferno aparece à cabeça. A de São Sebastião virá a seguir e a da Castanheira, depois de passar o Cruzamento da Cruz das Jogadas, ou seja, depois de exposta a Norte. Existem dois tipos de formação de gelo nas estradas: a que deriva da neve congelada e a que resulta do congelamento da neve fundida pelo sal-gema (ou de água que corre pela via oriunda de fontes, linhas de água ou escorrência das vertentes).

Parece-nos que existe um problema para o qual se pede o maior sentido de responsabilidade face à importância que o turismo e a segurança representam, por um lado, e, por outro, a necessidade de salvaguardar as questões ambientais (o mais importante, mas há mais!) que não são visíveis, mas em que os danos deveriam pesar mais que a que se apresenta mais emergente.

Para que isto possa ser minimizado, é importante que se reduzam as causas que criam os problemas. A primeira, é a limpeza da neve antes que congele. Nada difícil, bastaria que se fizesse o trabalho, agora facilitado pela lâmina cedida aos Bombeiros. A segunda, ainda mais fácil, porque apenas se precisaria que se identificassem os locais das estradas onde se acumula o gelo e corrigir a situação. Como? Limpando as valetas e evitando que as águas, das mais diversas proveniências, irrigassem as estradas. Se este trabalho for feito, a necessidade de espalhar sal para fundir o gelo diminuirá substancialmente.

Existem outras soluções que podem ser aplicadas com o mesmo equipamento, mas já será interessante se os intervenientes nestas questões da segurança pensarem, também, nas questões ambientais (as tais que não se vêem nem se sentem no imediato, mas de longe mais prementes).

 
 
 

 

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