2024-12-10
Palavras chave
cogumelos fungosNo passado dia 12 de novembro, a ASE levou a floresta autóctone a quatro turmas do 9º ano da Escola Secundária Campos Melo, na Covilhã. Esta atividade de educação ambiental explorou como as florestas autóctones podem mitigar dois grandes desafios enfrentados pelas encostas da Serra da Estrela: os incêndios florestais e a erosão do solo.
A atividade teve início com uma sessão teórica que, para além da floresta e do fogo, abordava a sucessão ecológica da flora local e o ciclo da água nas montanhas portuguesas. Os temas foram acompanhados de muitas imagens/exemplos regionais e muitas perguntas, de forma a promover a curiosidade natural dos jovens. De seguida, os alunos fizeram uma experiência que compara a taxa de captação de água de diferentes tipos de solo: sem vegetação e erodido; com manta morta; e com vegetação enraizada. A atividade culminou no semear de duas cuvetes com plantas locais, interpretando o valor de sementes que todos podemos recolher ao longo do ano pelas nossas serras. Por um momento, podemos ter na nossa mão parte de um ecossistema inteiro e diverso.
Algumas das espécies semeadas foram: o pilriteiro (Crataegus monogyna), o zimbro (Juniperus communis), o medronheiro (Arbutus unedo), o castanheiro (Castanea sativa), o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), a madressilva (Lonicera periclymenum), a norça-preta (Rhamnus alaternus) e outras flores silvestres como a rosa-canina (Rosa canina) e a erva-pichoneira (Anthyllis vulneraria). A diversidade destas espécies desempenha um papel essencial na estabilidade dos habitats da Estrela. As arbustivas, como o pilriteiro e o zimbro, oferecem um abrigo rasteiro e rico para a fauna terrestre. Já as árvores de clímax, como o carvalho-negral e o castanheiro, representam um estado maduro da sucessão ecológica florestal e fornecem a estrutura necessária para que as trepadeiras, como a madressilva e a norça-preta, se desenvolvam.
Procurou-se sensibilizar de maneira interativa para os benefícios de uma floresta autóctone vs monocultura, ressaltando os efeitos e a importância das nossas espécies de flora e de uma gestão florestal de visão integrada. A recetividade ao tema foi crescente, os alunos foram se entusiasmando com as fotografias de sítios e coisas que reconheciam. Para grande agrado, no final da sementeira, alguns decidiram ignorar a campainha e terminar de semear.
Estariam interessados no tema, ou pelo menos, em “sujar” de terra as mãos!
Gestão territorial | 2024-12-23
Actividades | 2024-12-23
Crónica | 2024-12-23
0 Comentários