2024-07-18
Palavras chave
floresta freguesias trilhosEm 9 de Setembro de 2022, decorridos 21 dias após o grande incêndio que devorou os vales de Sameiro e o Vale de Amoreira, enviámos uma carta às Juntas de Freguesia destas duas povoações para, em consequência da exposição do relevo pela ocorrência do fogo, mostrar a nossa total disponibilidade para “ajudar na concepção de veredas de excelente qualidade, capaz de atrair os turistas e, assim, promover o turismo nas vossas freguesias”. Até hoje, nenhuma das Juntas de Freguesia supramencionadas teve a dignidade de, pelo menos, acusar a recepção do nosso e-mail.
Quando Órgãos Institucionais procedem deste modo com uma Associação com 42 de vida pública, a segunda mais antiga do país, com o reconhecimento que é sabido, é porque alguma coisa não corre como esperaríamos nem a convivência entre si. Não obstante, é visível a falta do movimento associativo nas dinâmicas sociais do concelho que estas duas freguesias integram. A ASE, as suas dinâmicas e as acções que promove, a par com a realidade da Serra da Estrela, não vão findar por consequência das relações aqui descritas. O que seria sensato é que estes indivíduos tomassem consciência que representam entidades públicas que devem respeitar, bem como aos movimentos associativos que a elas se podem alicerçar. É verdade que o mundo não rui por birras, mas também é verdade que não avança. Lamentamos que quem paga as consequências são as populações que se vêm preteridas de projectos para o seu desenvolvimento e que as Juntas em questão provam não ter sido capazes de fazer mais e melhor, especialmente, no que ao turismo pedestre diz respeito.
Para a ASE, teria sido suficiente que as mesmas tivessem acusado a recepção da nossa disponibilidade e manifestassem o seu interesse na nossa proposta. Desprezar quem se disponibiliza para colaborar é intolerável e acaba por revelar o carácter dos seus protagonistas. Infelizmente, é esta a realidade que se alimenta décadas após décadas e “albarda-se o burro à vontade do dono”.
Deve referir-se que as freguesias em causa estavam contempladas com alguns percursos que faziam parte dos “Trilhos Verdes” do concelho que, na nossa perspectiva, não tinham a qualidade necessária para uma oferta turística atractiva. Foi, no entanto, precisamente, pela oportunidade que o fogo possibilitou, que se podia ter iniciado um processo novo, independentemente do que tinha sido feito anteriormente. Não fosse o desdenhar das duas Juntas de Freguesia para com a ASE, na pessoa do seu Presidente, e tudo poderia ter decorrido com a normalidade institucional que se exige. Aliás, segundo consta, o mesmo parece ter ficado surpreso aquando da descoberta de tantos caminhos que o fogo destapou. Ainda assim, a ASE não pretendia utilizar os caminhos já existentes e, pelo contrário, propor-se-ia um circuito entre Sameiro e Vale de Amoreira, sendo, praticamente tudo, de raiz. Para esta nova realidade, sugerimos, inclusive, um nome: “Entre Vales”.
A nossa disponibilidade mantém-se.
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