Revista Zimbro
by Amigos da Serra da Estrela
 

2024-06-10

A Prática: “Rapar tudo até ao osso”

A Prática: “Rapar tudo até ao osso”

 

Palavras chave

natureza  sustentabilidade  
 

A ideia de Sustentabilidade parece andar nas bocas do mundo. No entanto, na prática, o seu uso tem sido uma mera retórica para dar suporte a irreais intenções de garantir a manutenção dos recursos e do património.

É o que tem vindo a suceder com a utilização das niveladoras para aplanar as plataformas das estradas ou caminhos florestais, sem colocar o material necessário para preencher os espaços negativos. O que os operadores das niveladoras têm vindo a fazer é retirar de uns lados para compensar nos outros. Este processo, para além de tecnicamente incorrecto, vai causar maiores danos nas plataformas, levando-as até ao “osso”, termo utilizado por quem lida com estas realidades para exemplificar que de tanto desgastar a plataforma a rocha (“osso”) já ficou exposta.

Mas há um outro problema que se tem vindo a verificar e que está a causar danos e prejuízos ao património construído, sem que se note a mínima atenção e preocupação das entidades detentoras das niveladoras, em particular, as que pertencem às Câmaras Municipais e que têm à sua guarda os caminhos rurais.

De tanto raspar, sem compensar com aplicação de inertes, as niveladoras estão a deixar suspensos os muros das propriedades marginais dos caminhos e que são pertença, na sua grande maioria, de proprietários privados, que se podem ver obrigados a encargos com a reconstrução dos muros que caem para os caminhos públicos. No que à sustentabilidade concerne, há uma linha ténue que separa a teoria da prática. Nestes casos, os donos dos muros acabam por ser prejudicados por algo que não é da sua responsabilidade e, no fim, ainda ficam com o ónus da culpa.

 

Legenda da imagem: Amostragem do desgaste causado pelas máquinas niveladoras.

 
 
 

 

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