Revista Zimbro
by Amigos da Serra da Estrela
 

2024-01-03

Juntar o útil ao agradável

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Palavras chave

arvores  pseudotsuga  
 

Há uns anos, em Manteigas, os Serviços Florestais tinham por prática oferecer pequenas Pseudotsugas por altura do Natal.

A Pseudotsuga menziesii é uma espécie de conífera nativa do oeste da América do Norte. A variedade Pseudotsuga menziesii var. menziesii, também conhecida como abeto-de-douglas, cresce nas regiões costeiras do centro-oeste da Colúmbia, no Canadá, até o centro da Califórnia, nos Estados Unidos. Esta espécie foi introduzida na Serra da Estrela pelos Serviços Florestais, onde apresenta uma elevada taxa de crescimento, até superior que no seu habitat natural. Na verdade, estamos perante uma árvore imponente, que domina outras espécies à sua volta, tratando-se mesmo de uma ameaça se não for controlada.

A generosidade dos Serviços Florestais, através da oferta de pequenas Pseudotsugas aos cidadãos pela altura do Natal, tinham custos. Pequenos, é certo, mas que melhor avaliados poderiam transformar-se num processo interessante de gestão, sem que daí resultam prejuízos. Eventualmente, até mesmo com benefícios para todas as partes, que possam ter envolvimento na sugestão que passo a descrever.

Como referido, a Pseudotsuga é uma árvore que precisa de ser acompanhada e que exige atenção, de maneira que não assuma predominância, como acontece nalgumas situações de domínio sobre carvalhais. A significativa taxa de regeneração e adensamento pode revelar-se uma condição interessante, fazendo com que o seu controle não resulte em custos, como se tem vindo a verificar.

Para o efeito, é necessário que se pense numa estratégia que envolva várias entidades. A fase do desbaste terá de ser feita pelo ICNF, através dos Sapadores. De seguida, é necessário encontrar formas expeditas de fazer chegar as árvores a várias cidades (e.g. através de empresas de transportes e/ ou outras a considerar). Depois, alcança-se a fase de venda, em que as mesmas são vendidas por organizações cujas funções sociais assumam esse propósito (e.g. bombeiros), em particular, a um preço que cubra o corte, transporte e demais despesas, podendo resultar um encaixe para as organizações que as adquiram e vendam posteriormente.

Consideremos o seguinte exemplo:

Se numa época forem vendidas 10.000 árvores a 5€, é possível um encaixe financeiro de 50.000 euros. Uma equipa de sapadores consegue obter este número numa semana de trabalho.

É fácil de ver que se tudo for muito bem preparado com os respectivos parceiros, torna-se possível a gestão desta espécie sem quaisquer custos. Por sua vez, as Associações que as vendem podem fazer rentabilizar verbas de capital, que muita falta lhes faz para fazer face às despesas que enfrentam. Consequentemente, os cidadãos passam a ter a possibilidade de ter uma árvore para o seu Natal, a custos simbólicos, sem que isso afecte o corte de árvores, essenciais às florestas e ao meio ambiental.

Se o processo for feito com habilidade, é possível que as pessoas que as compram possam, com pouco esforço, desfazer-se das árvores sem criar complicações no sistema de recolha do lixo nas cidades. Basta que, na venda, a árvore vendida possua instruções de como reduzir as suas dimensões ou, até mesmo, aproveitar a lenha que sobrar.

Boas Festas!

 
 
 

 

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